Contextualização

"The only reality is mind and observations, but observations are not of things. To see the Universe as it really is, we must abandon our tendency to conceptualize observations as things." [ ...] "The Universe is immaterial — mental and spiritual. Live, and enjoy". The Mental Universe, by Professor Richard Conn Henry, July 2005, Department of Physics and Astronomy, Johns Hopkins University

quinta-feira, 30 de março de 2017

Mindfulness e Neuroplasticidade

Existem vários artigos que correlacionam a temática do mindfulness e da neuroplasticidade. Dentro da elevada panóplia de artigos disponíveis sobre estas temáticas, um dos artigos mais inovadores é o seguinte: Meditation experience is associated with increased cortical thickness, de Sara W. Lazar et. al (2005). 
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Este artigo, reflete sobre o papel da meditação na alteração da espessura cortical. Desta forma, as diferenças na espessura cortical variam de acordo com os anos de experiência na meditação, uma vez que a idade e o controlo da nossa respiração são fatores que interferem nos mecanismos cerebrais. Também dependendo dos exercícios mentais a que nos sujeitamos, o nosso cérebro vai apresentar uma resposta característica e padronizada para esse mesmo exercício. Neste sentido, uma vez que a espessura cortical tende a diminuir com a idade, a meditação ajuda a que este decréscimo não se torne demasiado significativo, contribuindo para uma melhoria na nossa qualidade de vida. Em suma, a meditação vai ter impacto em diversas áreas do cérebro que são importantes para os diferentes processos sensoriais, tais como as áreas cognitivas e emocionais.

Este e outros temas vão ser abordados na nossa palestra! 


Visita o nosso link: https://www.facebook.com/events/1691920611105132/1700875290209664/?notif_t=admin_plan_mall_activity&notif_id=1490740762880564

Link do artigo: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1361002/

terça-feira, 28 de março de 2017

Neuromarketing - Parte I

Neuromarketing - o que é ?
O Neuromarketing é a relação entre a Neurociência e o Marketing, avaliando o comportamento humano a diversos estímulos induzidos pelo Marketing.
 Os investigadores desta área usam tecnologias dispendiosas como ressonância magnética funcional (fMRI) e eletroencefalografia (EEG) para medir tipos específicos de atividade cerebral em resposta a mensagens publicitárias. Com essas informações, as empresas aprendem os motivos que levam os consumidores a tomar as suas decisões e qual o cérebro que os motiva a fazê-lo. Para compreender quais os tipos de cérebro existentes leia o post anterior ("Temos, não um, mas três cérebros - qual deles toma as decisões?"). 

Estima-se que cerca de 85% do comportamento de compra depende de fatores presentes no subconsciente do consumidor. Com a utilização do neuromarketing é possível estabelecer relações que permitam otimizar novos conceitos de produtos ou serviços e sem o neuromarketing apenas 15% do comportamento de compra se encontra a um nível consciente.



As principais vantagens desta técnica são: 
ü  Possibilidade de adequar a comunicação por forma a ser mais apelativa e ir de encontro ao que o público-alvo espera/quer inconscientemente;
ü  Útil para avaliar quais os meios de comunicação que podem ser mais eficazes para alcançar cada objetivo da comunicação;

Relativamente às suas desvantagens
ü  Esta técnica não está 100% desenvolvida e devidamente explorada, o que implica margens de erro e incerteza maiores;
ü  Exige um elevado investimento;

ü  Eventuais questões éticas que se possam levantar à volta desta temática;

Para que esta técnica seja funcional é preciso direcioná-la a um dos três tipos de cérebro,
descubra qual e como funciona no próximo post

Mindfulness e o Stress Ocupacional

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O mindfulness procura esvaziar a mente de pensamentos ou emoções de modo a que a nossa atenção esteja focada no momento presente sem a interferência do passado e do futuro.
Segundo Bishop et al. (2004) o Mindfulness é considerado como um processo de autorregulação da atenção, abertura experiencial e aceitação que pode ser atingido através do processo da meditação cuja prática já existe há pelo menos três mil anos.

Uma das profissões em que o Mindfulness tem mais predominância é sem dúvida na aviação. Os pilotos estão sujeitos a grandes pressões e a níveis de stress elevadíssimos, e tal como veremos mais a frente, o stress é sem dúvida, uma das causas do descontrolo da nossa mente.

Os pilotos de avião foram classificados como a 3ª profissão com maior carga de stress pela Forbes Magazine em 2017, na medida em que estão sujeitos a horários extremamente rigorosos, têm de voar (por vezes) através de tempestades e mais importante, são responsáveis pela segurança e vida da centena de passageiros que transportam o que incute um sentido de responsabilidade tremendo que por vezes muitos não estão preparados para lidar com ele. O stress pode ser causado por inúmeros fatores nomeadamente pela privação de sono e pela carga de trabalho excessiva. Estes dois fatores enunciados tornam-se críticos na aviação na medida em que grande parte dos voos efetuados são de longa duração.

Em 2012, foi reportado um caso de um piloto da JetBlue, Clayton Osbon, que teve um ataque de pânico durante o percurso de voo devido à privação de sono resultante das horas de voo acumuladas (Francis, 2012).


quarta-feira, 8 de março de 2017

Mindfulness em Profissões de Risco - Palestra 19 Abril, 14h

| Escola Superior de Saúde - Politécnico do Porto |
White-Paper :
A NEUROPLASTICIDADE e a EVOLUÇÂO HUMANA:


Citando este white paper: 
"a Neuroplasticidade é caracterizada como a capacidade de criar novas conexões neuronais em resposta a uma dada experiência, e funciona como a ponte para a construção e fortalecimento das nossas conexões cerebrais. 

No que diz respeito à relação da meditação e da neuroplasticidade, atualmente, a neurociência sugere que a Meditação não só muda a nossa mente, como também o nosso cérebro, uma vez que fortalece os circuitos neuronais envolvidos no controlo voluntário da atenção, e do foco.

Esta relação encontra-se cientificamente comprovada através de vários estudos desenvolvidos recentemente e que são analisados neste trabalho.


White-Paper gratuito - envio por email 
Incluir: Nome,Profissão,Localidade

Ler mais aqui.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Medo de Sofrer vs Desejo de ser feliz

Medo de sofrer
Medo de Sofrer? Mas afinal o que é isto?

A man who fears suffering is already suffering from what he fears.” - Michel de Montaigne

Já em pleno século XVI, a temática do sofrimento era alvo de debate por parte dos filósofos da época. Assim, o medo associado ao sofrimento vai despoletar no ser humano, um conjunto de pensamentos que o levam a sofrer por antecipação. Nesta lógica, o ser humano deve questionar-se se esse medo vale mesmo a pena ou até se se justifica sofrer. Deste modo, o sofrimento deve ser encarado como algo que devemos de aceitar, contornando os obstáculos inerentes a esta temática.

Atreves-te a ultrapassar esta barreira? Não desperdices a oportunidade de ser feliz e abstrai-te do sofrimento!
Atualmente, um investigador, filósofo e escritor, designado Kevin Hogan, explorou esta temática, afirmando:
"A maioria das pessoas reage ao medo da perda e ameaça da dor de forma mais profunda do que reagem ao medo".
Nesta frase, podemos verificar que os sentimentos de raiva, rejeição que experienciamos no nosso quotidiano suplantam, por vezes, a conceção que temos formada relativamente ao medo que sentimos. 
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Desta forma, o individuo deverá aceitar este sentimento que tanto o consome, e viver num estado de paz interior, de vacuidade mental, onde os seus pensamentos, o seu estado de agitação deverá resumir-se a zero, para que consiga enfrentar o medo de sofrer, "olhos nos olhos".




Desejo de ser feliz

Queres ser feliz? Segue o nosso blog, para alcançares a felicidade plena!

"I think it's important to take care of yourself and strive for happiness, and strive for that balance between what you have to do versus the things you want to do, to be a better person all-around." - Sarah Knight

Segundo esta frase, o ser humano deve procurar atingir o seu bem-estar pessoal completo. Para Sara Knight, o balanceamento entre as coisas que temos para fazer, versus as coisas que queremos fazer, culminam num indivíduo feliz. Assim, devemos de desenvolver o gosto pelo que fazemos, pelo nosso trabalho, pois somente um indivíduo motivado será capaz de produzir resultados no exercício da sua função. Aliado a este fator, o cumprimento de objetivos, a sua capacidade de ser uma mais-valia para uma empresa/organização, torna o indivíduo um ser mais completo. 

Por outro lado, uma eficaz organização de tarefas, de modo a termos oportunidade de desfrutar de momentos de lazer/hobbies junto daqueles que mais gostamos, também é um fator fulcral para atingir a felicidade. 

Ser feliz, é assim um modo de vida que se representa pela máxima "Do what you love/Love what you do". 






Fontes:

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Temos, não um, mas três cérebros - qual deles toma as decisões?

Sabia que possuímos 3 cérebros? Leia o seguinte texto e perceberá a diferença entre eles!

O cérebro humano é o sistema mais complexo que se conhece e sabe-se que no nosso cérebro existem 3 sistemas cerebrais distintos, que apresentam determinadas funções e características específicas de funcionamento.  Os tipos de cérebro são o reptliano, médio e humano ou neocórtex, que em seguida serão explicados.

            Portanto, o cérebro reptliano é constituído pela porção final da medula e cerebelo, assemelhando-se ao cérebro dos répteis e, deste modo, possui esta designação. É responsável por funções básicas como o controlo do batimento cardíaco, a respiração, a digestão e manutenção da postura corporal.  Este tipo de cérebro comanda as nossas emoções mais primitivas como o medo, o desejo e a raiva.

Já o cérebro médio é constituído por pelo hipotálamo, o hipocampo e a amígdala cerebral, caraterizando-se como o local onde se encontra o centro da afetividade e onde são processadas as emoções, como a tristeza, angústia e alegria. A amígdala cerebral apresenta a capacidade de reconhecer a partir do rosto de uma pessoa se essa se encontra triste ou contente.
Nesta parte do cérebro é o local onde se encontram o centro das recompensas, que se encontram em constante interação com o córtex cerebral.

Por fim, o cérebro humano ou neocórtex é a porção que se desenvolveu mais recentemente no nosso cérebro. O neocórtex é constituído por seis lobos que são o frontal, parietal, temporal, occipital e insular. Cada lobo do neocórtex é responsável por desempenhar determinadas funções específicas.  De uma forma mais generalizada, este tipo de cérebro é responsável pelo processamento de informações e a realização de algumas atividades cognitivas, como por exemplo a compreensão e a memorização.

Segundo o neuromarketing, qual destes cérebros controla a decisão dos consumidores?
A resposta é alarmante para a visão que temos de nós próprios ...


Praticar a Vacuidade - libertação do sofrimento



“O propósito de compreender a vacuidade e meditar sobre ela é livrar a nossa mente de concepções erróneas e aparências equivocadas, para que nos possamos tornar um ser completamente puro, ou iluminado, um ser livre, ou seja, possuidor de uma mente vazia.”

Foi praticamente assim que terminamos o post anterior sobre a Vacuidade (Emptiness), e é do mesmo modo que iniciaremos este próximo post aprofundando o que são concepções erróneas e aparências equivocadas.

A vacuidade consiste na pura e verdadeira felicidade, na felicidade suprema, na fuga do mundo conceptual para o mundo real e vazio. A vacuidade liberta-nos de apegos, medos, perdas, instintos e qualquer outro tipo de conceitos que sirva como elo de separação de pessoas, causas, objetivos ou mentes. 

Naturalmente que não será fácil alcançar este estado, mas também ninguém disse que assim seria, e, portanto, temos uma vida para nos dedicarmos a tal. Mais importante ainda, temos o AGORA para nos dedicarmos a tal propósito. 

Entender a vacuidade passa por perceber o que nos impede de a alcançar – as concepções erróneas e aparências equivocadas.

Neste contexto:
=> o termo “concepção errônea” refere-se à ignorância do auto-apego – uma mente conceitual que se agarra aos objetos como se fossem verdadeiramente existentes; e,
=> “aparência equivocada” refere-se à aparência de existência verdadeira dos objetos.

 Concepções erróneas: ignorância do auto-apego

Resultado de imagem para auto apego budismoExistem dois tipos de auto-apego: de pessoas e de fenómenos. Com o primeiro, agarramo-nos ao nosso próprio eu e ao eu dos outros como se fossem verdadeiramente existentes; com o segundo, agarramo-nos aos demais fenómenos como se fossem verdadeiramente existentes. 

As mentes que apreendem nosso corpo e mente, nossas posses e o mundo como verdadeiramente existentes são exemplos do auto-apego de fenómenos. 

A principal finalidade de meditar sobre a vacuidade é reduzir e, por fim, eliminar os dois tipos de auto-apego. 


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"O apego é exatamente o oposto do amor"

O auto-apego é a fonte de todos os nossos problemas; nosso sofrimento é diretamente proporcional à intensidade do nosso auto-apego.



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Por exemplo, quando nosso auto-apego está muito forte, ficamos aborrecidos até quando alguém nos provoca de brincadeira, ao passo que em outras ocasiões, quando está mais fraco, podemos até rir com a pessoa que nos provocou. 

Uma vez que tenhamos destruído por completo nosso auto-apego, todos os nossos problemas desaparecerão naturalmente. 
Até temporariamente, meditar sobre a vacuidade é muito útil para superarmos ansiedade e preocupações (fonte).

Aparências equivocadas: dualidade sujeito-objecto 
Para compreender como o sofrimento aparece, pratique observar a sua mente. Comece simplesmente deixando-a relaxar. Sem pensar no passado nem no futuro, sem sentir esperança nem medo em relação a isto ou aquilo, deixe que ela repouse confortavelmente, aberta e natural. Nesse espaço da mente não há problemas, não há sofrimento. 
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Então, alguma coisa prende sua atenção – uma imagem, um som, um cheiro. Sua mente se subdivide em interno e externo, “eu” e “outro”, sujeito e objeto. 
Com a simples percepção do objeto, não há ainda nenhum problema. Porém, quando você se foca nele, nota que é grande ou pequeno, branco ou preto, quadrado ou redondo. 
Então, você faz um julgamento – por exemplo, se o objeto é bonito ou feio. Tendo feito esse julgamento, você reage a ele: decide que gosta ou não gosta do objeto.
É aí que o problema começa, pois “Eu gosto disto” conduz a “Eu quero isto”. Igualmente, “Eu não gosto disto” conduz a “Eu não quero isto”. 
Se gostamos de alguma coisa, se a queremos e não podemos tê-la, nós sofremos. Se a queremos, a obtemos e depois a perdemos, nós sofremos. Se não a queremos, mas não conseguimos mantê-la afastada, novamente sofremos. Nosso sofrimento parece ocorrer por causa do objeto do nosso desejo ou aversão, mas realmente não é assim – ele ocorre porque a mente se biparte na dualidade sujeito-objeto e fica envolvida com querer ou não querer alguma coisa.
Com frequência, pensamos que o único meio de criar felicidade é tentando controlar as circunstâncias externas da nossa vida, tentando consertar o que nos parece errado ou nos livrar de tudo o que nos incomoda. Mas o verdadeiro problema encontra-se em nossa reação a estas circunstâncias. O que temos que mudar é a mente e a maneira como ela vivenciamos a realidade (fonte - ler mais ...)
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A conceptualização não é o caminho para descobrirmos a nossa luz, descobrir a verdade última, esta apenas descobre a tua verdade privada, a tua verdade pessoal, por isso, nós lutamos por cada uma das nossas verdades porque a tua verdade e a minha verdade são diferentes. Esta será a maneira de causar problemas. Mas, pelo menos, tu necessitas de respeitar a verdade dos demais", dito pelo mestre Tulku Lama Lobsang sobre Sectarismo



Assim sendo, o universo é mental, a felicidade é vazia (de conceitos e dualidades). 
Qual será a tua verdade?

Veja também a realidade além da própria realidade, este será um dos assuntos abordados no próximo post, esteja atento!

Sugestões de Leitura:
 Breve História do Monismo
A Mecânica Quântica e o Pensamento de Amit Goswami (UNL-FCT - Dissertação de Doutoramento