Contextualização

"The only reality is mind and observations, but observations are not of things. To see the Universe as it really is, we must abandon our tendency to conceptualize observations as things." [ ...] "The Universe is immaterial — mental and spiritual. Live, and enjoy". The Mental Universe, by Professor Richard Conn Henry, July 2005, Department of Physics and Astronomy, Johns Hopkins University

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Aceitação Vs Resignação - parte I

Aceitação não é resignação! Confuso?

Tais conceitos são muitas vezes confundidos, no entanto a sua essência é notoriamente distinta, como se pode comprovar pelo respetivo significado:
=> A primeira referida, aceitação, tem origem no termo latim "acceptatĭo", que significa aprovação, dar por certo/válido, consentimento ou receção de algo de forma voluntária e sem oposição. 
=> A segunda, resignação, constitui o acto de se submeter ao desejo de uma outra pessoa; de se ser submisso a ação do destino. Ao longo deste capítulo aprofundar-se-á estes dois conceitos, estabelecendo significados mais profundos, de maneira a permitir a sua desmistificação.

Para aqueles que olham para o mundo com uma perspetiva interventiva não é fácil falar de aceitação. A ideia de aceitar algo pode ser diretamente e erroneamente associada a conformismo, frustração, submissão e, consequentemente abatimento e desistência, ou seja, resignação. Esta atitude não é a forma como os humanos conceberam o mundo, nem a existência humana. Se a humanidade se tivesse resignado perante os obstáculos que tem vindo a enfrentar nunca teria sobrevivido enquanto espécie.

A aceitação tem que ser vista como etapa de um processo que compreende muitas outras etapas em direção à mudança e ao crescimento pessoal, assim conseguir-se-á interpretá-la como algo fundamental, até para a própria sobrevivência. Aliás, a aceitação é justamente considerada como um dos cinco ingredientes que explicam a sobrevivência e a sanidade mental de indivíduos que se confrontam com experiências profundamente dramáticas, já que esta é apenas uma etapa, um pequeno troço de caminho que é preciso percorrer para chegar aquilo que é próprio do Homem, ou seja, a transformação do mundo e da sua realidade e não a simples resignação.

O poder da aceitação - o poder da mudança.
Pode parecer paradoxal, mas para haver mudança tem que se começar por identificar os aspectos da experiência de cada um que não se pode mudar e, aceitá-los. Contudo, o caminho não termina aí, pois é justamente dessa aceitação que é possível identificar o que é possível mudar e, então, dirigir a jornada para metas muito mais realistas. Nesta perspetiva, a aceitação do que não se pode mudar permite parar de consumir tempo e energia com o que é infrutífero e dirigir a jornada para o que é passível de sofrer mudança e intervenção. Aceitar, torna assim os nossos esforços mais eficazes e é um excelente método de aprendizagem.

Controlo Vs Liberdade (o poder da aceitação => o poder da confiança)
Esta atitude é particularmente frutuosa para aqueles que vivem permanentemente a tentar controlar tudo, na expectativa de que nada corra de maneira diferente do planeado. Tal facto pode ser compreensível em algumas situações e, até desejável, mas é simultaneamente esgotante e faz perder a oportunidade de vivênciar experiências que poderiam proporcionar muito prazer e crescimento pessoal. 
Se os indivíduos não permitirem que a “corrente” os leve, se não confiarem na vida, não possibilitam a autoexperiência do que é novo, do que é surpreendente, do que é a sensação de liberdade que advém de não se ter a necessidade de controlar tudo e, no fundo, do que é a aventura e o mistério da vida.

E sobre resignação? Interessado? Leia mais aqui.

Fontes:
http://www.stopcancerportugal.com/2016/05/16/aceitacao-ou-resignacao/

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